A garantia de um parto humanizado, sem traumas é um trabalho permanente de conscientização dos profissionais de saúde que atuam no Hospital da Mulher Mãe Luzia, em MacapĂĄ. Na quinta-feira, 8, a unidade recebeu o Ministério Público do AmapĂĄ (MP-AP) para debater sobre estratégias de enfrentamento à violĂȘncia obstétrica.
O momento foi de escuta, acolhimento entre a equipe e reafirmação da vocação de atuar na assistĂȘncia à população. As atividades fazem parte do círculo de prĂĄtica da justiça restaurativa desenvolvido pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde e do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MP.
Essa é mais uma ação de melhoria no atendimento das pacientes que buscam a maternidade. A diretora do Hospital da Mulher Mãe Luzia, Cristiani Barros, ressalta o compromisso do Governo do Estado em oferecer assistĂȘncia integral às mulheres, que inclui ainda avanços na estrutura hospitalar.
"Estamos vivenciando um novo processo, uma nova estrutura e é importantíssimo que a assistĂȘncia acompanhe o processo de melhoria. Não adianta vocĂȘ ter uma enfermaria melhorada e uma assistĂȘncia que não corresponde a isso. Então, nós queremos entregar o pacote de melhorias para a população, que é estrutural e assistencial", pontuou a diretora.
Trazer o Ministério Público para dentro da instituição, não significar estar junto de uma entidade punitiva ou de pressionar o servidor, "mas sim, de aproximĂĄ-lo, ouvi-lo também para entender quais são as necessidades dele enquanto sujeito, como participante do processo, e do que pode ser feito para melhorar a assistĂȘncia", completou Cristiani.
A presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres, Alzira Nogueira, explicou que o objetivo é formular um plano de trabalho que vai resultar numa carta compromisso para que o Ministério Público junto com as maternidades públicas e privadas do estado, trabalhem juntos para fortalecer a promoção do parto humanizado.
"É com satisfação que realizamos o círculo de diĂĄlogo com o uso das técnicas e metodologias das prĂĄticas de justiça restaurativa para abordar a violĂȘncia obstétrica. É extremamente desafiador no contexto local, nacional e internacional, e atravessa a assistĂȘncia em saúde. No AmapĂĄ, hĂĄ dois anos o Ministério Público, em conjunto com as equipes das maternidades Mãe Luzia e Bem Nascer, tĂȘm desenvolvido um trabalho muito firme para criar estratégias, com vistas a superar essa problemĂĄtica", explicou Alzira.
Durante o evento, o MP distribuiu a cartilha "Zero ViolĂȘncia Obstétrica" com conteúdo sobre a violĂȘncia obstétrica, os tipos, como evitar, direitos da mulher, o que fazer e onde procurar ajuda, além de leis e atos normativos. Participaram do encontro enfermeiras, técnicas em enfermagem, médicas, obstetras, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogas e administradoras do Hospital da Mulher Mãe Luzia.
ViolĂȘncia Obstétrica
São prĂĄticas que provocam danos à integridade física, psicológica e sexual de gestantes no pré-parto, trabalho de parto e no pós-parto, e em situações de abortamentos, envolvendo violĂȘncia, agressão e negligĂȘncia. A violĂȘncia obstétrica também é classificada como uma violĂȘncia de gĂȘnero.
Os profissionais da saúde tĂȘm um papel fundamental de combater e evitar essa violĂȘncia obstétrica, promover a assistĂȘncia efetiva e humanizada.